Ao mais clássico estilo “eu era feliz e não
sabia”, os trabalhadores dos Correios no Paraná
estão tendo de lidar com uma nova e alarmante
situação. Se até pouco tempo atrás o que mais
afligia os carteiros eram cachorros soltos e suas
mordidas, agora o que preocupa são bandidos e
suas armas. Segundo dados do Sindicato dos
Trabalhadores dos Correios no Paraná (SintcomPR),
durante todo o ano de 2015 registrouse
uma média superior a um assalto por dia contra
funcionários e agências da empresa. E os
números não param de aumentar em 2016.
Durante todo o ano passado foram registradas
412 ocorrências de assalto, sendo 323 contra carteiros durante o trajeto de trabalho e outras 89
envolvendo agências dos Correios. Já o número de casos de mordedura canina foi quase três vezes
menor: 158 registros. E segundo o Sintcom, a tendência é que 2016 seja um ano ainda mais perigoso para
os trabalhadores. No primeiro semestre de 2016 já foram 82 assaltos contra agências, praticamente
igualando o número de casos em todo o ano passado.
De acordo com o Sintcom, até o ano passado as ocorrências de mordidas de cachorros contra
trabalhadores eram mais comuns do que os assaltos. “Mas do ano passado para cá os assaltos superaram
a mordedura canina, que é algo comum de acontecer, até por trabalharmos na rua”, confirma Alexandre
Basílio, diretor do sindicato, apontando ainda que a situação com relação aos assaltos começou a se
agravar no final de 2014, coincidindo também com o agravamento da situação econômica e política do
país.
“No começo de 2015, finalzinho de 2014, recebemos as primeiras denúncias de assaltos nos Correios. De
lá para cá começamos a fazer um estudo e descobrimos que (essas ocorrências) eram muito mais
corriqueiras que o normal”, afirma o sindicalista. “De 2008 até o final do ano passado subiu mais de
790% o número de assaltos a agências. Podemos dizer que vivemos uma epidemia e chega a ser
desesperador, porque sabemos que quem está na boca do caixa é quem está com o revólver na cara”,
complementa.
As agências mais visadas pelos criminosos, ainda de acordo com o sindicato, são a de Ibiporã, na região
metropolitana de Londrina, no norte do Paraná, a do bairro Bigorrilho e a do Mercês, ambas em Curitiba.
Já com relação aos assaltos contra carteiros durante o trajeto de trabalho, são as regiões sul e norte de
Curitiba que registram a maioria das ocorrências, com especial destaque para a Vila Verde, no Tatuquara.
“(Os assaltos) Acontecem quando nosso trabalhador está fazendo entrega. É abordado com arma na
cabeça, e levam o carro. Cada caso desses vira um drama psicológico para o trabalhador”, comenta
Basílio. “Neste ano, só nas agências, vai dar um assalto a cada dois dias, um recorde no Paraná. Os dados
são assustadores”, lamenta.
Fonte: Bem Paraná - Via Radio Educadora
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