Para muitos pais, os dias começam logo cedo
com uma batalha: fazer os filhos levantarem no
horário certo e ir para a escola. E essa luta diária
já é alvo de vários estudos nacionais e
internacionais que afirmam que as aulas no período matutino começam cedo demais, o que
prejudica o sono das crianças e adolescentes e,
em alguns casos, até o rendimento escolar dos
estudantes.
Uma pesquisa da Universidade de Aveiro, em
Portugal, concluiu que a tendência das escolas
de definir os horários mais à tarde para as
crianças do ensino infantil e fundamental 1 (do
1º ao 5º ano) e os mais cedo para pré
adolescentes e adolescentes dos ensino
fundamental 2 (do 6º ao 9º ano) e médio está em
“contradição com a fisiologia humana”.
Segundo a pesquisa, durante a puberdade, a fisiologia dos adolescentes os impele a deitar e a acordar
mais tarde. Por isso, recomendase que as aulas para essas etapas de ensino só deveriam começar após as
10h30 — em Portugual , em geral, as aulas têm início às 9h30.
No ano passado, um relatório do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, dos Estados Unidos,
também afirmou que as aulas dessas duas etapas deveriam iniciar mais tarde. A recomendação é de que
as atividades deveriam começar às 8h30, não às 8 horas, como na maioria das escolas de lá.
No Brasil, onde as aulas começam ainda mais cedo, uma pesquisa do Instituto de Pesquisa e Orientação
da Mente (IPOM) mostrou que os adolescentes de 14 a 18 anos estão dormindo mal e enfrentando
distúrbios do sono.
Segundo a pesquisa, dos 1.830 jovens ouvidos, 43% disseram dormir de 3 a 5 horas por noite e 94%
afirmam sentir sonolência ou queda de rendimento durante o dia.
“Com a rotina que temos, principalmente nas grandes cidades, temos muitas opções de atividades e
compromissos noturnos. Isso também passou para as crianças e os jovens, que vão dormir cada vez mais
tarde e continuam acordando muito cedo para ir à escola A falta de sono provoca irritabilidade, depressão
e mudanças de comportamento”, observa a médica Dalva Poyares, do Instituto do Sono e professora da
Unifesp.
Fonte: Bem Paraná - Via Rádio Educadora
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