O sistema Integração Lavoura /
Pecuária (ILP) tem como principal diferença propiciar ao produtor rural uma
maior produção com a diversificação de explorações numa mesma área, de maneira
econômica, social e ambientalmente sustentável.
O produtor Lairton Berti Garcia,
através da assistência técnica do IDR-Paraná de Moreira Sales, vem utilizando
esse sistema a 4 anos, tendo já 3 safras avaliadas. Sua propriedade, com área
de 76 hectares, caracterizada por solos de textura arenosa, sempre enfrentava
dificuldades no período do inverno, devido a baixa oferta de alimentos aos
animais, acarretando a necessidade de venda de animais e dificuldades na retenção
de matrizes, detalhe bastante importante para o sistema em que trabalha, ou
seja, criação de bezerros.
Através
do acompanhamento do extensionista local, Zootecnista Fernando Alves, as áreas
de lavouras que eram deixadas em pousio no inverno, deram espaço ao Capim
Braquiária, geralmente implantado de forma solteira, mas em algumas áreas
também sendo consorciada com o milho safrinha; esta forrageira serve de
alimentação aos animais para esse período do ano, fazendo com que as áreas de
pastagens perenes permaneçam em descanso ate o preparo para o plantio da soja.
A
propriedade é utilizada como unidade de referência para um grupo de 15
produtores e os resultados do acompanhamento são utilizados para divulgação e
incentivo a novos produtores que desejam aderir as novas tecnologias, por
apresentar bons números, tanto na lavoura como na pecuária.
“A partir da adoção desse sistema, percebi
minha produtividade na agricultura melhorar, mesmo em anos com condições
climáticas não favoráveis. Com o gado não precisei mais vender animais para
aliviar os pastos, pelo contrário, tenho pasto sobrando no inverno e consigo
reter mais fêmeas para matrizes, aumentando o rebanho” relata o produtor.
Através
do planejamento forrageiro da propriedade, considerando não apenas a parte
pecuária, mas também as áreas de lavouras, por utilizarmos o sistema ILP
(integração Lavoura Pecuária), após o plantio da soja já definimos as áreas que
trabalharemos milho, milho + braquiária ou apenas braquiária na 2ª Safra, de
acordo com o rebanho, preço do milho e áreas com invasoras a serem controladas.
Com a estratégia de implantar talhões em consórcio ou não, temos as áreas onde
a braquiária solteira fornece pastagem ainda no final do outono, geralmente
após 50 dias de plantio em anos com condições climáticas adequadas. Nestas áreas
realizamos o acompanhamento da produção de massa de forragem através de
amostras e correlacionando com a altura da pastagem. A divisão em piquetes
utilizando a cerca elétrica facilita muito o manejo da pastagem e proporciona
um melhor aproveitamento de área.
Os
talhões que são implantados em consórcio milho+braquiária fazem a segunda etapa
do planejamento. Após a colheita do milho os animais entram na área e pastejam a
sobra do milho e a braquiária que estava ali estacionada devido ao sombreamento
do milho e que agora consegue dar sequência na emissão de perfilho. Dessa forma
os animais são sequestrados das áreas de pastagens perenes no final do outono e
só retornam para as mesmas no finalzinho do inverno, quando as áreas de
integração precisam ser dessecadas para dar início ao plantio de uma nova safra
de soja. Esta área permanece com grande volume de resíduos de cobertura
proveniente das folhas, talos e raízes do capim, além das fezes e urina dos
animais que pastejaram o local, propiciando um bom desenvolvimento da soja,
especialmente em épocas de estiagem.
O biênio 2020 / 2021 vem sendo
marcado por uma grande estiagem em nosso estado, afetando praticamente todos os
setores agropecuários. Vários produtores tiveram problemas com a germinação das
braquiárias para o sistema de integração, afetando em grande parte a oferta de
volumoso e posteriormente o sistema de plantio direto com boa cobertura de
palhada. Contudo, ainda assim é vantajoso em comparação ao antigo sistema de
pousio, mostrando-se uma ótima alternativa de manejo sustentável do solo e
viabilidade econômica das atividades agropecuárias.
Fonte: Unidade de extensão rural do instituto
de desenvolvimento rural do Paraná IDR- Paraná-Iapar/Emater de Moreira Sales.
0 Comentários