A silagem de
sorgo é uma opção para a alimentação de bovinos leiteiros que vem crescendo
muito no sul do Brasil, principalmente nesses últimos anos no qual a região vem
sofrendo com problemas climáticos devido ao La Nina. Após o milho, é a cultura
anual mais importante para a produção de silagem a ser oferecida como alimento
volumoso para vacas leiteiras durante o período do inverno.
Para o município
de Moreira Sales, onde predominam solos derivados do Arenito Caiuá, tendo como
características teores mais elevados de areia e baixo teor de argila, os
cultivares de sorgo vem se desenvolvendo muito bem e com grandes resultados aos
produtores de leite, devido as suas características agronômicas, como
facilidade de cultivo, capacidade de rebrota, com elevados rendimentos, boa
resistência ao estresse hídrico e produção de silagem de boa qualidade, sem
adição de aditivo químico ou biológico. Tem sido indicado como alternativa
viável para produção de silagem.
De acordo com o
Zootecnista Fernando Alves do IDR-Paraná, a silagem de sorgo, comparada com a
silagem de milho, possui menor custo, pois a planta do sorgo produz maior
quantidade de massa/hectare, com possibilidade de plantar em qualquer época do
ano. E no momento de ensilar o sorgo, a planta, após ser cortada, rebrota e
quando cuidada também pode ser utilizada. Quando tecnicamente bem conduzida,
uma lavoura de sorgo forrageiro alcança produtividade média de 50 toneladas de
massa verde por hectare e o segundo corte ou rebrota vem de “graça” para o
produtor, já que pode alcançar uma média de 20 toneladas.
A silagem com um bom valor nutricional e baixo custo só é possível quando há um planejamento contendo todas as etapas do processo, inclusive os custos. Quanto maior a produção de forrageira por unidade de área, menor será o custo de produção da silagem. Uma silagem de boa qualidade é garantia de eficiência, maior produtividade e retorno sobre o investimento feito nas propriedades leiteiras.
O produtor Valter Soares do município de Moreira Sales, assistido pelo IDR-Paraná, onde atua na bovinocultura leiteira, sendo a segunda geração, na propriedade familiar de 35 hectares a atuar na atividade, decidiu investir no sorgo como volumoso para seu rebanho, atualmente a propriedade conta com 24,3 hectares de pastagens, onde possui um rotacionado para o rebanho leiteiro. A base do leite na propriedade é a pasto, forma de melhorar a margem de produção dos seus 450 litros diários, com 30 animais em lactação, medias do último ano, fornecendo a silagem apenas no período de inverno, para complementar a dieta, de acordo com o planejamento forrageiro que é executado anualmente na propriedade. O produtor utilizava para produção de silagem o milho como carro chefe, mas diversos fatores como baixa produtividade (devido ao La Nina), cigarrinha, custos elevados, fizeram o mesmo, através do técnico do IDR acreditar no potencial do sorgo forrageiro, na propriedade foi utilizado o material da Nuseed (nusil 426) no qual implantou uma área de 6,15ha. O produtor se surpreendeu com o material, obtendo uma produção de 40ton/ha, bem a cima do que vinha conseguindo com o milho em média 30ton/ha, além de não precisar realizar o plantio da segunda safra, pois realizou adubação de cobertura da rebrota e tratos culturais, esperando colher mais uns 30% do produzido na safra anterior.
Fonte: Unidade de Extensão Rural do IDR-Paraná de Moreira Sales.
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